Soteropolitano de Irará, nascido aos 11 dias do mês de outubro do ano de 1936, Tom Zé – Antonio José Santana de Martins – compositor, escritor, arranjador, artista performático com alto grau de energia, full power que também canta, sacudiu neste sábado 21 de julho, os esqueletos e os neurônios de todos que o assistiam no Sesc Vila Mariana.Aos 75 anos, Tom Zé apresentou o show Jogos de Armar ( faça você mesmo ) albúm de 2000 que faz parte da amostra Sesc de arte deste ano.
O show foi espetacular, muito melhor, mais criativo, mais sacudido, muito mais imprevisível e maluco que a minha limitada mente pudesse imaginar. Tom Zé começa o show antes mesmo que o sinal sonoro, típico de salas de auditório , teatros, soasse no terceiro tempo. Que nada ! Tom Zé e sua maravilhosa banda ( formada por 7 músicos de grandeza e qualidade compatível) já tocava e afinava umas músicas enquanto o público se ajeitava nas cadeiras. No momento e hora marcada o show começa e trilha um caminho onde Tom Zé utiliza temas que dão a levada ao espetáculo. Tom Zé fala com o público, dedica o show a um menina de 3 anos de idade que está coma mãe entre os convidados presentes, grita, urra, come jornal, mistura elementos e equipamentos transformando-os em sons, conversa com a esposa que está ali na plateia, perguntando-a sobre coisas e fatos que ele esquece, nomes e datas, brinca com a fonética das palavras e conta histórias que somente uma pessoa de 75 anos poderia contar. Causos, contos de um vô sábio. No final do Show, Tom Zé convida todos a dançar um forró ao som de Xique-Xique. Antes de acabar a música, sai correndo em direção ao hall de entrada para vender seus cd´s e autografar todos uma a um, diz Tom Zé lá fora ( veja fotos )
Tom Zé tem um história invejável e uma biografia invejável a qualquer músico, seja no cenário nacional com o internacional. Fez parte da Tropicália, movimento de cultura pop, vanguarda misturando artes plásticas, cinema e teatro do final da década de 60. Os grandes ícones deste movimento foram Caetano Veloso, Gil, Torquato Neto, Os Mutantes e Tom Zé. Também fizeram parte, Jorge Mautner, Rogério Duprat, Julio Medaglia, Jards Macalé entre outros.
Como curiosidade das muitas da sua carreira, tem aquela onde o ex-Talking Heads, David Byrne, ouviu Estudando o Samba de 1976 e pediu ao produtor para saber quem era Tom Zé. A partir dai, lá nos a nos 80, os EUA passariam a conhecer toda a obra dele, com sucesso de crítica total. Nas turnês europeias e americanas, tocou em festivais com Enio Morricone, inclusive.
Algumas premiações: Prêmio de Criatividade concedido pelos
compositores do festival Composer to Compóser, em Telluride, E.U.A., 1990;
prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), 1998; Artista do Ano
– Revista Bravo, 2006, Prêmio Shell pelo conjunto da obra – 2003
Em 2011 lançou o Dvd “ O Pirulito da ciência “com produção
do batera do Titãs, Charles Gavin.
Parabéns Tom Zé ! Viva Tom Zé !
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